ENTREVISTA: Marcinho Eiras
- conexaosterblitch
- 14 de dez. de 2014
- 6 min de leitura
A temporada de Poderoso Castiga chegou ao fim ontem em Manaus, no Centro de Convenções do Studio 5, mas ainda tem muito o que falar e deixará sem dúvidas muitas saudades. Para prolongar o clima de despedida, nós do Conexão Sterblitch tivemos o prazer de realizar uma entrevista com o Marcinho Eiras. Você que já assistiu alguma peça do Eduardo Sterblitch com certeza já viu um loiro que toca três guitarras, amigo e parceiro de Eduardo, trabalha com ele em suas peças desde “Minhas Sinceras Desculpas”. Marcinho Eiras é guitarrista da Banda “You Guys” e já tocou na banda do Faustão na Globo.
Confira a primeira parte da entrevista:
Antes de trabalhar com o Eduardo, você já o conhecia? Como se conheceram?
MARCINHO: Eu conheci o Edu nos DezNecessários, através de amigos em comum, o Carioca do pânico que é meu amigo a bastante tempo, foi um espetáculo bastante conhecido aqui em São Paulo.
Era um grupo que ele tinha, vindo todo mundo do Rio de Janeiro e eu fui ver o espetáculo pela primeira vez com o pessoal do Faustão, tínhamos vários amigos em comum; e eu fiquei muito impressionado com o Edu, ri muito com ele, era desconhecido e isso foi muito legal. Achei ele o melhor, gostei dele e do Paulinho Serra e depois levei minha mãe e minha ex mulher para assistir, já falando do Edu “vocês tem que conhecer um cara”, foi assim que conheci, na verdade eu conheci o trabalho dele dessa maneira e depois já no Pânico. Eu fui lançar meu disco lá (Pânico na radio Jovem Pan), consegui através do Carioca e eu lembro que foi um dia especial porque eu conhecia todo mundo que estava lá, menos o Edu, que era o Polvilho na época e ele falava pouquíssimo na rádio, ele era um cara tímido e durante essa entrevista que eu dei, pro pânico, com o Dom Paulinho Lima, que hoje foi revelação do “The Voice”, o Edu falava muito pouco.
O Carioca me encheu o saco para contar minhas piadas que eu fazia nos shows, depois que eu contei essas piadas, o Edu veio falar pra mim, que ele gostou muito, que era o tipo de humor que ele gostava, me deu o telefone dele e pediu que eu o convidasse para um show e ele foi ao meu show aqui em São Paulo, e dali surgiu uma amizade.
O meu show era muito parecido com uma peça que ele queria fazer, que era ‘Minhas Sinceras Desculpas’, o show da gente era uma ‘Minhas Sinceras Desculpas’ sem muita pretensão, era um show onde eu tocava, bem, porque a gente toca bem (risos) e falava umas piadas no meio, contava umas histórias e ele falou que imaginava uma peça muito parecida com aquilo, uma puta banda e dali nos tornamos amigos e parceiros desde então.
Há algo que você aprendeu com o Eduardo que levará para o resto da sua vida?
MARCINHO: Essa é uma resposta difícil, né?! Claro que eu aprendi muita coisa com o Edu, a gente aprende com todo mundo, só prestar atenção ao nosso redor, aprendemos muita coisa. Uma das coisas que eu admiro no Edu é que: ele é muito fiel aos amigos, às equipes, tanto que estou na terceira peça com ele, essa fidelidade é muito legal, mesmo quando as coisas não estão indo tão bem assim, ele confia muito, eu acho muito legal, sou muito parecido nesse sentido, é legal conhecer uma pessoa que também é assim.
Eu sou uma pessoa muito fiel, não gosto de mudar a minha turma e é legal acompanhar esse crescimento dele, esse sucesso todo e ele não perdeu o seu jeito, continua o mesmo cara praticamente, claro que mudaram algumas coisas, por conta que não é mais um cara normal, não pode sair na rua, quando o conheci, nós saiamos, agora é complicado, mas saber que ele continua uma pessoa legal, eu adoro ver isso, porque todas as pessoas que eu admiro são assim.
Outra coisa que ele é um cara cortês, ele sabe dividir as coisas, dar o melhor que ele tem, não gosta de fazer nada sozinho, por exemplo, a peça, vocês sabem muito bem que se ele fizesse sozinho, em qualquer lugar que ele vá, vai lotar, as pessoas vão muito pra vê-lo e ele gosta muito de mostrar a gente, eu sempre fiz muito isso também, o Dom Paulinho Lima é um exemplo que eu sempre carreguei, um cara que eu levei para o meu ambiente de guitarra, que eu me destaco também; e por isso que a gente se da bem, porque ele sabe que ele lota mas ele me leva, fala “olha esse cara”, ele gosta de mostrar, de colocar pra cima, eu sou muito parecido nisso, então é uma coisa que eu só confirmei e vou levar para minha vida inteira com certeza.
Sabemos que você e o Eduardo trabalham juntos a três espetáculos, já teve alguma dificuldade em trabalhar com ele?
MARCINHO: Já tive várias, qualquer pessoa que você convive, sempre vai ter algum probleminha, mas sempre resolvemos de uma forma legal, nunca tivemos nenhuma briga, tivemos alguns “arranca rabos”, mas é falta de compreensão às vezes.
Uma das coisas difíceis do Edu, por ser assim um cara muito criativo, é que ele gosta de fazer tudo, então se ele te der uma função ele mesmo quer resolver (risos), é uma das coisas que todo mundo tem problema com o Edu, porque realmente ele é um cara muito hiperativo. Eu sou muito parecido em muita coisa também, mas eu aprendi talvez no programa do Faustão, onde eu trabalhei por muito tempo, a servir mais, então talvez seja essa a dificuldade. Ele divide e ao mesmo tempo comanda tudo.
Outra coisa é que sou muito líder também e dois lideres assim, modéstia a parte, causa muito problema, porém o Edu gosta mesmo assim, de chamar, de colocar pra cima, de dividir, porque ele confia, então é muito legal saber da confiança dele, me deixa muito feliz. Outra coisa que eu acho difícil também para ser sincero, é que o programa Pânico é uma coisa muito imediatista e eu sou mais perfeccionista, não gosto de fazer as coisas rápido e o Edu faz tudo rápido “Ah, vamos fazer uma música” e a música já está pronta, gosto de elaborar, depois ele se arrepende, então talvez isso seja um problema.
O legal é que ele reconhece depois, mas é a cabeça dele que funciona assim, acho que ele viciou em fazer coisa pra amanhã. No Pânico é tudo muito rápido e tem que fazer pra ontem e eu já gosto de fazer com calma, sentar, pensar em uma alternativa mais legal. Algumas vezes entramos em cartaz com coisas que não estavam prontas e fomos arrumando muito, acho que deveríamos esperar mais, arrumar tudo, depois entrar em cartaz, porque fica muito estranho entende, e chega de falar mal dele (risos), são só desavenças de trabalho.
Eu amo o que eu faço e ele também e pra completar porque eu gosto de fazer tudo bonitinho, sou um amigo muito sincero, procuro falar a verdade, mesmo que doa, porque isso é um verdadeiro amigo. Tem que falar nas horas difíceis, sempre fui lá e perguntava: “Edu quer me ligar, quer fazer alguma coisa?” e muitas vezes eu ajudei, tenho certeza que tudo o que falei de verdade ele pensou, ele demora um pouco, pois ele é teimoso, eu também sou, mas depois ele vem reconhecer do jeito dele.
Sabemos que foram muitos, mas quais os 3 melhores momentos que você passou ao lado do Eduardo?
MARCINHO: Putz, essa é uma resposta difícil, vou falar um que eu lembro direitinho. Foi uma vez que fizemos a peça “Melhor Melhor Show do Mundo” e depois fomos a um temaki, pra conversar, esse foi um momento que eu nunca vou esquecer, onde eu vi que eu era amigo dele porque como disse ele é muito teimoso e sempre tem muita gente ao lado dele, querendo aproveitar. Naquele dia eu percebi que a gente era amigo e foi muito legal.
A outra vez foi quando combinamos de fazer o “Melhor Melhor Show do Mundo”, ele estava com “A Velha” em cartaz e ele me ligou, esse dia foi muito especial, talvez não seja o mais especial, mas ele me ligou, marcando uma reunião, porque ele queria fazer outra peça comigo e eu falei “Cara, de novo?”, eu achei muita moral, muito legal poder dividir.
Teve uma vez também que eu estava saindo do Faustão, muito triste porque tinham me mandado embora e a banda inteira, eu não tinha culpa, ninguém tinha culpa, não sabíamos o que tinha acontecido. Eu estava a 6 anos na Globo e isso mexeu muito comigo e logo depois eu conheci o Edu e fizemos uma peça, então, eu estava com um humorista que era o mais top de todos, me senti muito bem, pensei “Cara, estou saindo de um negócio foda e entrando em outra coisa tão foda quanto”, ele me pôs muito pra cima, ele falou pra mim “Cara, aquela banda do Faustão era muito pouco pra você” vem comigo, fica comigo, ele meio que me acolheu, sem imaginar o quanto estava me fazendo bem, esse momento foi o mais importante. Outro importante também é quando ele vai me ver no show, eu lá fazendo humor e o cara mais top me assistindo.
Iremos disponibilizar a segunda parte da entrevista logo, esperamos que tenham gostado.
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